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Este livro é o resultado da pesquisa de mestrado de Monyse Ravenna sobre a trajetória política das crianças brasileiras na condição de expropriadas da terra, especialmente filhas de camponesas e camponeses organizados no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, no período de 1981 a 2012. Tomando como fontes os boletins, os textos e as fotos publicados nos jornais e revistas Sem Terra e Sem Terrinha, a autora traz à tona a história social da infância na luta pela reforma agrária junto às famílias camponesas no Brasil desde o último governo da ditadura militar (1980-1985) até o início do primeiro mandato do governo Dilma (2012). Ravenna demonstra, por meio das denúncias publicadas pela imprensa do MST, as tentativas de controle do Movimento com o uso da violência midiática, judicial e policial, exercida por poderosos grupos econômicos, pelas milícias dos latifundiários e pelas forças de repressão do Estado. Os jornais e revistas do MST denunciaram os sofrimentos causados às famílias camponesas, em especial às crianças, com envenenamento de rios, despejos violentos e ilegais, ameaças, terror psicológico, torturas e assassinatos.
Por outro lado, ao longo do texto, a autora observa, nesses trinta anos, a massificação e o fortalecimento da organicidade do MST, que defendeu e exigiu junto ao Estado os direitos da infância, como direito à alimentação saudável, à habitação, à saúde, à educação, entre outros. É nessa trajetória política da luta de classes, que emerge a identidade coletiva das crianças como Sem Terrinha. Ravenna narra as histórias das crianças como Loivaci no acampamento da Encruzilhada Natalino, que tiveram suas vidas ceifadas pela luta de classes, mortas pela fome e pelo frio, mas de outras crianças, que diante da conquista da terra, encontraram a garantia de uma vida melhor. São crianças educadas pela luta, encorajadas pelas conquistas coletivas, que construíram junto com seus pais e avós as místicas, as cirandas, as escolas onde estudam, o jornal e a revista Sem Terrinha com a instrução e os valores necessários para conhecer a terra e o mundo, e criar uma vida totalmente nova, sem injustiças.
A obra de Ravenna apresenta a história social do nascimento de uma geração de camponesas e camponeses organizados na luta pelo direito à terra, desde a infância, denominada Sem Terrinha. Sua pesquisa revela uma nova abordagem da luta social pela narrativa das crianças documentadas na imprensa popular e também da história dos movimentos sociais, marcados pelas gerações que foram forjadas no contexto da luta de classes. Uma leitura necessária e imprescindível para militantes populares, educadoras/es, historiadoras/es e pessoas comprometidas com a defesa dos direitos da infância.
Trechos do livro“Nosso objeto de estudo é a infância Sem Terra, o papel e a presença das crianças em toda a história do MST, desde a ocupação da Encruzilhada Natalino, que consideramos o marco inicial da construção política do MST até os dias atuais. Observamos as crianças por meio de fontes diversas produzidas pelo próprio Movimento ao longo da sua história. Pretendemos, com isso, um trabalho de fôlego que conte a história dos Sem Terrinha dentro da história do Movimento Sem Terra.”. (Monyse Ravenna)
“Os Sem Terrinha são nossos símbolos e em torno dos quais a memória social exige reparação e justiça. Com as crianças Sem Terrinha já é o futuro! Os Sem Terrinha do MST neste livro nos contam Outra História”. (Monyse Ravenna)
“Com as crianças Sem Terrinha. Já é o futuro! Contar histórias de homens e mulheres comuns, camponeses que fazem da luta pela terra a luta de sua vida, é compromisso assumido pelo MST. Nas páginas dos seus jornais, revistas, cartilhas, livrinhos de cânticos e poesias, cartazes, vai brotando um modo singular de contar sobre o fazer da vida em lugares distantes e esquecidos deste Brasil, seja debaixo de barracas de lona preta nos Acampamentos ou no chão conquistado, nos Assentamentos, Escolas, Cooperativas”.(Plebeu Gabinete de Leitura)
“E a infância, as crianças, os meninos e as meninas? Aqui se abre um dos capítulos mais singulares no fazer-se do MST, caminhando no sentido de escapar das armadilhas retóricas da infância como o amanhã, um futuro em abstrato. Como parte também da construção da Pedagogia do Movimento, vamos observando no MST o lugar social das crianças – na Ciranda Infantil, na educação da sensibilidade, no respeito ao seu tempo e à sua imaginação. Assim, o outubro das crianças seria o aprendizado em andar de mãos dadas e em marcha, de gostar dos livros e da leitura em voz alta, de aprender a escrever bilhetes e desenhos dirigidos ao Jornal e à revista Sem Terra. Assim brotava da história vivida e da experiência amorosa da luta um novo rebento da luta social: os Sem Terrinha!” (Plebeu Gabinete de Leitura)
“Um passo a mais e florescia um encarte dos Sem Terrinha no jornal do MST e uma bonita revista dos Sem Terrinha. Mais um passo e lá estão as crianças pintando cartazes alegres ou indignados e seguindo aos seus Encontros Nacionais. A edição do livro de Monyse Ravenna, em tempos terríveis da pandemia global e enfrentando as labaredas da destruição e da morte provocadas por um governo criminoso no Brasil, é nosso modo de seguir em luta, proclamando a Vida e afirmando nossa luta antifascista. A escrita deste livro é aprendizado da escuta sensível e muito nos alegra, pois inaugura, nesta coedição da Expressão Popular com o Plebeu Gabinete de Leitura, em Fortaleza, estes elos da confraria dos livros que nos libertam”. (Plebeu Gabinete de Leitura)
Peso | 287 g |
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Dimensões | 21 × 14 × 1,16 cm |
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Editora Expressão Popular LTDA.
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